O Natal! Assim diz a música, e as tradições que se revivem todos os anos, um pouco por todo o mundo. Portugal é um país pequeno, que mesmo assim vive diferentes tradições de Norte a Sul, e aqui partilhamos convosco as que são mais conhecidas:
O NATAL À MESA
Só de pensarmos na palavra “Consoada”, vêm à ideia todas as delícias que compõem uma mesa de Natal! Para muitas famílias é uma noite de partilha à mesa, deliciando-se com as várias iguarias, em que o bacalhau é rei na noite de 24! Cozido com batatas, couve e regado com azeite e alho é agora o prato mais conhecido nas nossas famílias, que ultimamente já leva variações para ir de encontro às preferências e paladares de cada um. No Norte do país, é o polvo que, há mais tempo, toma o lugar à mesa, por influências galegas mas com uma confeção e acompanhamentos semelhantes ao bacalhau.
Na mesa de Natal variam um pouco os pratos típicos: às vezes apenas no nome, mas cada mesa tem as suas tradições de acordo com a sua região. O peru recheado serve-se no almoço de Natal, e no Norte do país saboreia-se a “roupa velha”, que com as sobras do bacalhau da noite de Consoada tudo é cortado e frito em azeite alho e folha de louro.
As sobremesas são várias, mas o arroz-doce ou a aletria doce têm sempre a sua presença à mesa. As Broas, pequenos bolinhos cozidos com mel e especiarias, o Tronco de Natal, uma espécie de pão de ló enrolado e coberto de chocolate na forma de um tronco de árvore, e a Lampreia de ovos, um doce conventual recheado de fios de ovos, e com a forma de uma lampreia. Uma grande parte dos doces de Natal são fritos, e as receitas variam conforme a região assim como os nomes: filhós ou coscorões, rabanadas ou fatias douradas, azevias de grão ou batata-doce, e a abóbora tem especial presença nesta época, seja em doce com queijo da Serra, nos Sonhos ou num dos vários tipos de filhoses.
O BOLO DE NATAL QUE É REI
São muitas as delícias que existem nas pastelarias nesta altura do ano, e há para todos os gostos, sempre com muito açúcar e canela. Vão encontrar o famoso bolo-rei, bolo festivo em forma de coroa, redondo, tem uma massa fofa semelhante a brioche, envolvida em passas, frutos secos, fruta cristalizada e polvilhado com açúcar. Até recentemente, cada bolo trazia uma fava seca e um “brinde”, que consistia numa pequena figura em plástico ou metal; mesmo que o brinde fosse insignificante, eram considerados sortudos os que tiravam a fatia com o brinde escondido. Quem descobrisse a fava na sua fatia era considerado “azarado” - ficava com a incumbência de pagar o bolo seguinte.
AS DECORAÇÕES DE NATAL
No Natal celebra-se o nascimento de Jesus e foi São Francisco de Assis quem criou o primeiro presépio para que todos pudessem contemplar e meditar no nascimento do Menino, deitado na manjedoura, ladeado por Maria e José, um Anjo, uma vaca e um burro. Os presépios foram crescendo e pelas cidades do país podemos admirar verdadeiras obras, seja nas igrejas, nas praças centrais, até em centros comerciais. Alguns são rodeados de cenários bucólicos com musgo, rebanhos de ovelhas, pastores, pontes e noras de água, castelos e até miniaturas dos monumentos existentes em cada uma das cidades onde o presépio é exposto. Em casa também se compõem presépios, e a tradição de montar a “árvore de Natal” é muito mais recente. Chegou no século XIX pelo rei D. Fernando II, nas suas influências alemãs. A primeira árvore de Natal foi um pinheiro decorado pelo Rei com velas e frutos; mais tarde surgiram as fitas brilhantes e bolas coloridas. Hoje em dia, os pinheiros são maioritariamente artificiais, com luzes coloridas e decorações mais personalizadas que dão um ar mais sofisticado à época festiva. Lisboa já integrou a lista de maiores árvores de Natal construídas, mais precisamente em 2009, na Praça do Comércio em Lisboa. Foi classificada nesse ano como a maior árvore de Natal da Europa.
TRADIÇÕES DE NATAL
O Natal é uma festa familiar e uma festa religiosa, pois celebra o nascimento de Jesus. Na noite de Natal, as pessoas iam à Missa do Galo, e no final reuniam-se cá fora em volta de um madeiro que queimava por toda a época natalícia no adro da Igreja, e era um lugar aconchegante onde as pessoas se reuniam e conviviam num espírito familiar e solidário. Não se conhece com exatidão a origem do nome dado a esta Missa, mas reza uma das lendas que um galo terá cantando como nunca ouvido na noite do nascimento do Menino, tendo-se por isso dado o nome de Missa do Galo a esta celebração. É uma das épocas favoritas para passar tempo em família, rodeados à mesa, a trocar conversas e relembrar histórias.
FESTAS DE NATAL
Pistas de gelo, mercados de Natal, atrações e guloseimas – são as feiras e eventos que a época proporciona, um pouco por todo o país. Nas cidades e vilas com castelos, é aí que se organizam as festas, ou então nos parques ou no coração das cidades, como o célebre mercado de Natal do Funchal, considerado um dos melhores da Europa. Artesanato, produtos regionais, especialidades gastronómicas da época natalícia e diversões como a roda gigante fazem as delícias de miúdos e graúdos um pouco por todo o país. O melhor é consultarem online para não perder nada, numa feira ou mercado que podem estar mesmo aqui ao pé!
Sejam quais forem as tradições, o Natal continua a ser aquela época do ano especial em que nos sentimos mais próximos, mais festivos e menos atentos à balança. Se passarem o Natal numa das cidades onde o Yellow Bus está presente, é bem possível que tenhamos um programa natalício à vossa espera – e dicas para partilhar nas redes sociais, sobre aquela que é a época mais maravilhosa do ano.
